terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Como Lidar com o Medo?

1. O que é o Medo
O medo é uma interrupção súbita do processo de racionalização. A primeira coisa que nos acontece quando sentimos medo é uma interrupção súbita do processo de racionalização, perdemos a capacidade de racionalizar uma situação qualquer. Mas será que é necessário manter a racionalização quando não sabemos o que está acontecendo? Geralmente, quando acontece algo, geramos um preconceito, pensamos, muitas vezes sem saber exatamente o que está acontecendo, e geramos uma espécie de fantasia mental. Normalmente, essa fantasia traz conseqüências, muitas graves. Se estamos numa situação de perigo, acontece algo e não sabemos o que é, é melhor não pensar.
É muito claro observar em uma situação de perigo como as pessoas fazem coisas que são justamente aquelas que não deveriam ser feitas. Por quê? Porque pensam sem saber o que está acontecendo.
Se alguém vai de carro, entra numa curva com excesso de velocidade e pensa, a primeira coisa que vai fazer é frear. Se frear vai justamente causar a desgraça de si próprio, pois é aí que reside o perigo: brecar em uma curva estando em alta velocidade.
O medo, em princípio, tem a capacidade de evitar que façamos algo mentalmente. Ele cria uma situação de impasse e pára qualquer processo mental.
O medo como sensação é uma parada súbita de todos os processos de motivação, ou seja, além de interromper os processos de racionalização, o medo cria uma parada súbita da motivação. Quando sentimos o impacto do medo, é como se alguma coisa caísse, ficamos sem fôlego, sem motivação para fazer coisas. Esse é o segundo fenômeno que o medo produz e também, se observarmos, é uma interrupção súbita. Também quando acontecem coisas, a tendência é criar ou uma depressão traumática ou uma euforia. Há pessoas que ante situações comuns reagem com euforia, há outras que se entregam totalmente; são processos relacionados com a motivação do indivíduo e em qualquer situação de risco ou de perigo, tanto a euforia quanto a depressão traumática são negativas.
O que causa problema em situações de risco ou de perigo é a temeridade ou a entrega. É curioso observar como, quando as pessoas estão inconscientes do medo, querem fugir dele e acabam fazendo exatamente o contrário do que deveriam fazer. Por exemplo, algo que aconteceu comigo no Chile: naquele País existem muitos terremotos, a maioria deles muito fortes. Eu me lembro de ter passado por um grau 10 da escala Hichler e é incrível ver como há pessoas que pulam de prédios de quinze andares pensando que desta forma vão se salvar ou que se atiram pelas escadas.
Essas atitudes destoam completamente do chamado “instinto de sobrevivência”, e isso não é pelo medo, e sim porque as pessoas querem fugir dele. O desejo que temos quando acontece um fenômeno desse tipo é que alguém nos pegue no colo e que não sintamos mais nada. Nessas situações, as pessoas querem fugir e, por isso, acabam fazendo tolices.
Em contrapartida, as pessoas que assumem o medo, mas o assumem conscientemente, acabam fazendo as coisas certas. As maiores causas de acidentes e de mortes é o comportamento que temos perante o medo, e não ele em si.
O terceiro ponto dessa relação é a definição do que é o medo: o medo-percepção + medo-sensação são uma inibição-bloqueio de todas as funções fisiológicas, ou seja, quando o medo surge, ele pára os processos de racionalização, pára os processos de motivação, os processos fisiológicos e nós ficamos sem condições de fazer nada por um instante, nem pensar, nem sentir, nem agir.
Agora eu pergunto: se estamos caminhando de noite por um caminho e, de repente, o caminho termina abruptamente, existe uma depressão de 50 metros e, sem sabermos, vamos chegando ao precipício e sentimos medo, o que fazer? Parar. O medo paralisa, inibe. Então a primeira coisa que vamos fazer é nos determos antes de cair no precipício. Esse é o medo, nem mais nem menos. Em princípio isso é bom, essa parada súbita é boa porque no fundo o que está acontecendo é um sinal de que há um risco e até não sabermos o que é isso, é melhor ficarmos quietos.
Desse ponto de vista, o medo é uma força que tem como objetivo evitar perigos de qualquer natureza e funciona como um sinal que interrompe qualquer ação imprudente. Em termos concretos e objetivos, o medo é isso e não tem nada a ver com as reações acontecidas ante ele, que, no nosso caso, por razões culturais, não são naturais.
Nossa cultura não só não nos preparou para enfrentar o medo, mas também nos ensinou a ter medo dele, e, por isso, reagimos mal. Por um processo cultural diferente, nós encararíamos o medo de uma forma diferente e teríamos reações naturais. Essas reações naturais trabalham a favor do instinto de sobrevivência, tanto do corpo quanto da mente, como também da psiquê humana. Por exemplo, se eu estou encostado na parede e alguém grita na minha frente, por medo eu vou dar com a cabeça contra a parede. Foi o medo que gerou isso ou a minha reação anti-natural? Quando alguém grita e eu faço isso, essa não foi uma reação natural; foi a reação anti-natural, por quê? Há reações instantâneas que chamamos de reflexos condicionados e consideramos que são naturais. Mas vejam bem que a palavra diz: reflexo condicionado, ou seja, se foi condicionado, não é natural. O natural ante o medo e o próprio corpo é ter nossas reações independentemente dos nossos preconceitos, é observar a situação detidamente para saber o que está acontecendo, e não querer fugir dela.
Nas Artes Marciais, à medida que vamos treinando através dos anos, acabamos reagindo de uma forma lógica ou natural, ante situações de ataque. Se alguém grita quando vai nos atacar, o grito é como um sinal de ataque.
Por que ante o grito eu teria que levar a cabeça para atrás? Quem sabe, quem tem treinado Artes Marciais, em lugar de ir para trás, primeiro olha de onde está vindo o grito, que tipo de grito é, o que se pode prever em relação a essa atitude e, uma vez que sabe o que está acontecendo, atua. Fazer isso é natural.
E, normalmente, nas Artes Marciais, quem pratica há muito tempo, quando chega pessoal novo, utiliza justamente desses elementos para ensinar a esses iniciantes o quão errados estão. Então, por exemplo: o novato se prepara, o veterano já experiente faz um movimento e o novato fica todo assustado. Finalmente conseguimos levar a pessoa aonde queremos, só por reflexos condicionados, podemos conduzi-la até deixá-la sentada num canto.
Isso não é natural, mas é uma reação prevista em nossa cultura. Os reflexos naturais e próprios do corpo são completamente diferentes, eles não nos fazem fugir ante as situações de risco, eles nos levam à adaptação. Vejamos a diferença entre o reflexo condicionado e o reflexo descondicionado: o reflexo condicionado é: se A aplica uma força x, B tem que aplicar uma força y. Quando quebramos esse reflexo, a situação muda: A passa a fazer mais força do que antes, pois B está relaxado. Isso é o reflexo natural do corpo. Nós estamos mal acostumados. Nós fomos educados numa cultura que não nos ensina a lidar com o medo, e sim a temê-lo, mas isso tem um objetivo. Por exemplo, quando a criança não quer comer e a mãe diz: “se você não comer, o bicho-papão vai te pegar”. Quando a criança entra nesse condicionamento, come até qualquer coisa, contanto que o bicho-papão não lhe apareça. E o que é isso? Isso é manipulação. Então, o medo é utilizado como elemento de manipulação para subjugar, escravizar e dominar as pessoas. Mas não é porque o medo seja isso, e sim porque pessoas exploram pessoas e têm utilizado o medo como mecanismo para isso. O fato é que nós acabamos tendo “medo do medo” e, então, para não sentirmos medo, pagamos qualquer preço. Esse é o ponto mais complexo em relação ao medo. Dessa forma, o medo não é ruim, ruim é a reação que geramos ante ele, porque não temos sido educados de forma correta para encará-lo.
Conclusão
Temos, então, a primeira conclusão do que é o medo. O medo é uma força natural, não é o meu ou o seu medo, é o medo. O medo existe de forma independente das pessoas, ou seja, há algo em nós e também fora de nós que se chama medo, e que tem uma função na natureza como poderia ter o Sol, a Lua, a Água, a Terra ou qualquer elemento. O medo faz parte da natureza e tem como função proteger, por incrível que possa parecer.

Michel Echenique Isasa

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Você gosta de você?

Aprenda a usar a força da verdadeira auto-estima e a distingui-la do narcisismo exagerado de nossos dias por Rodrigo Cavalcante

Antes de começar, preciso fazer uma confissão: reescrevi esse texto antes de enviar ao editor a versão final. Durante esse processo, me chamei de incompetente e cheguei a duvidar de que seria a pessoa mais adequada para escrever sobre auto-estima. E talvez não seja mesmo. É que, apesar de me sentir uma pessoa razoavelmente confiante (repare no razoavelmente), tendo a acreditar que pessoas que exalam uma auto-estima inabalável não são gente de verdade. São personagens de cinema, como 007, na versão Sean Connery, com aquele porte decidido, bem-humorado e auto-estima de sobra para abrir um sorriso maroto de seus próprios defeitos, incluindo o péssimo hábito de assassinar a sangue frio seus inimigos. Ou Alex Owens, aquela adorável ­ e improvável ­ soldadora no filme Flashdance que trabalhava à noite como dançarina até conseguir uma vaga em um renomado conservatório de balé clássico. Daí que, quando deparo com livros de autoajuda ou pastores na TV com frases do tipo “Você é especial” ou “Deus te ama”, me lembro logo daquelas propagandas de banco que juram que sou um cliente vip, gold, premium, prime. Não somos todos especiais, afinal? Deus, por acaso, vai deixar lá de amar alguém?
Por outro lado, me incomoda também o péssimo hábito dos brasileiros de enaltecerem excessivamente a humildade e tacharem de arrogantes e metidas todas as pessoas bem-sucedidas, fazendo inclusive com que elas se sintam constrangidas com o sucesso. Uma pesquisa concluída no fim do ano passado pela International Stress Management Association (ISMA-BR) constatou que 59% dos brasileiros sofrem de auto-estima baixa (contra 27% dos franceses e 22% dos americanos). Segundo afirmou a psicóloga Ana Maria Rossi, coordenadora do estudo, o resultado pode ser oriundo também da nossa mania atávica de condenar quem costuma se vangloriar de suas realizações, fazendo com que acreditemos que não somos merecedores por nossos maiores feitos e conquistas. Se um jogador de futebol se mostra confiante de sua qualidade e habilidade, ele naturalmente corre o risco de ser chamado de “mascarado”. Se alguém é promovido rapidamente na empresa, mesmo que exclusivamente por mérito próprio, haverá logo um grupo de pessoas ou amigos apontando como essa pessoa “mudou” desde que assumiu o novo cargo. Ou seja: entre nós, a segurança pode agredir.
Talvez seja por isso que sempre achei difícil distinguir a genuína autoestima da arrogância. Será que ter excesso de auto-estima pode ser um mal tão grande como ter baixa auto-estima? O que é auto-estima, afinal?


Ingrediente fundamental
Não deve ter sido por acaso que o homem responsável por levantar a bola da auto-estima tenha sido uma criança frágil e doente, daquelas que assistem impotentes às outras crianças brincarem enquanto esperam a cura de suas enfermidades. Nascido em Viena, em 1870, Alfred Adler chegou a ser desenganado pelos médicos após contrair uma pneumonia aos 5 anos de idade. Ele não apenas sobreviveu como se tornou, ao lado de Freud ­ de cujas idéias iria se distanciar nas décadas seguintes ­ um dos pais da Teoria da Personalidade. São de Adler conceitos como “complexo de inferioridade” e “complexo de superioridade”, usados hoje até para justificarmos a incapacidade da seleção brasileira feminina de vôlei de vencer as cubanas.
Mesmo que seus conceitos tenham se transformado em chavões, a conclusão do trabalho de Adler permanece fundamental: a essência da nossa personalidade estaria na luta pela superioridade e a auto-estima é um ingrediente fundamental para uma personalidade saudável. Daí que, quando nos sentimos muito desamparados ou impotentes, pensamentos normais de incompetência podem assumir proporções devastadoras, fazendo com que deixemos de acreditar que somos capazes de lidar com os desafios da vida. Pronto: estaria instalado aí o complexo de inferioridade. No outro extremo da corda, aquela pessoa que vive se jactando de seus feitos, exagerando suas qualidades com arrogância, pode, na verdade, estar em busca de uma compensação de algo que acredita faltar nela. Como escreveu em seu livro Desejo de Status o filósofo suíço radicado na Inglaterra Alain de Botton, a sede desenfreada por fama e influência pode não passar, na prática, de busca de amor. Ou seja: a luta desesperada por aparentar uma auto-estima elevada pode ser fruto do complexo de superioridade, o outro lado da mesma moeda cuja origem também residiria na falta de confiança em si.
Desde então, a falta de auto-estima passou a ser vista como o principal detonador dos distúrbios de personalidade. Sem auto-estima, tornamo-nos inseguros e vulneráveis ao abuso de drogas, distúrbios alimentares e até mesmo a nos tornarmos criminosos frios, incapazes de sentir qualquer compaixão pelo sofrimento alheio. No decorrer do século 20, milhares de artigos psiquiátricos e de sociologia mostraram como a maioria dos criminosos teriam sido crianças que tiveram a auto-estima destruída por diversas causas, sendo a mais importante ­ e cruel ­ o abuso sexual infantil. Livros sobre a “anatomia” de criminosos e adolescentes contraventores apontavam sempre para o mesmo alvo. Era preciso agir rápido e cedo. Na década de 1970, campanhas para desenvolver a auto-estima entre os jovens foram disseminadas nos Estados Unidos, associações de autoestima foram criadas e o incentivo à auto-estima passou a ser vista como solução para a diminuição de quase todos os males.
Tudo parecia correr bem, até que, nos anos 1990, alguns terapeutas colocaram em xeque essas campanhas, acusando-as de estimularem o nascimento de uma geração pedante e egocêntrica, tão narcisista e auto-indulgente quanto Paris Hilton. Para piorar a situação, esses pesquisadores passaram a argumentar que excesso de auto-estima seria também um traço comum encontrado em líderes de gangue, assassinos e estupradores. Quando a psicóloga Lauren Slater escreveu no jornal The New York Times, em 2002, o artigo “O problema com a auto-estima”, questionando toda essa celebração em torno do tema, a autoestima parecia ter passado, supreendentemente, de mocinha a vilã.

O que será que deu errado?
Auto-estima em baixa
O artigo de Lauren Slater apresentava os argumentos de pesquisadores como Nicholas Emler, da London School of Economics, na Inglaterra, e do psicólogo Roy Baumeister, da Universidade de Princeton. Para Emler, não há prova alguma de que pessoas com baixa auto-estima sejam mais incapazes que pessoas com alta auto-estima. Ao contrário: “Na verdade, pessoas com baixa auto-estima podem até superar seus pares, porque eles sempre dão duro na tentativa de alcançar suas metas”, afirma. Em compensação, adolescentes com auto-estima nas alturas estariam mais arriscadas a se tornarem delinqüentes ou racistas, já que o excesso desse sentimento os levaria a se sentir superiores. O psicólogo Roy Baumeister vai além e afirma que excesso de auto-estima seria, na verdade, um traço típico de líderes de gangue, assassinos e estupradores. Segundo ele, isso aconteceria porque pessoas com excesso de auto-estima tenderiam a ser agressivas quando têm o ego ameaçado.
No meio do debate, está em jogo tanto a definição da auto-estima quanto a própria dificuldade em medi-la. Até hoje, as formas mais recorrentes de detectá-la são por meio de questionários com perguntas simples sobre a imagem que temos de nós. Se você reconhece em si boas qualidades e tem atitudes positivas, a auto-estima é alta. Caso viva praguejando dos seus defeitos, é baixa. Simples, não fosse por dois detalhes. O primeiro é o fato de que pessoas egocêntricas e com complexo de superioridade costumam se avaliar positivamente nesses testes. O segundo é que uma pessoa confiante pode, constrangida em parecer arrogante, ter uma pontuação abaixo da média. Ainda que haja outras formas de se checar a auto-estima de alguém indiretamente ­ quando uma pessoa responde um questionário sem saber de que se trata ­ não há, é claro, nenhum instrumento preciso para medi-la. Para isso, nada vale mais do que procurar, com honestidade, qual a origem das idéias que fazemos de nós mesmos.

Vem de dentro
Até os 23 anos, a jornalista carioca Zara Costa acreditou que sua auto-estima daria uma guinada caso conseguisse perder os 40 quilos extras responsáveis por comentários como “ela tem um rosto tão bonito, mas...”. Dois anos depois, com 45 quilos a menos após uma dieta rigorosa e o corpo remodelado por uma cirurgia plástica, Zara alcançou parcialmente seu objetivo, tornando-se alvo de cantadas e virando, inclusive, personagem de uma reportagem sobre seu novo corpo para a revista Nova, em setembro de 2002. “Apesar de me sentir bem mais feliz com minha imagem no espelho, descobri, mais tarde, que minha auto-estima não dependia apenas da visão externa que eu e as outras pessoas tinham de mim”, diz Zara. “Por mais que tivesse a aprovação externa, precisei fazer terapia para me convencer do próprio valor.”
Zara descobriu por si algo com que todos os estudiosos sobre auto-estima, independentemente da linha terapêutica, parecem concordar: enquanto a genuína auto-estima torna a pessoa menos vulnerável a julgamentos externos, a “pseudo auto-estima” depende basicamente da admiração e da aprovação dos outros. O problema, nesse caso, é que, como os fatores externos não podem ser diretamente controlados por nós, quem se torna dependente dessa aprovação não consegue manter por muito tempo a confiança em si, oscilando entre picos de auto-admiração seguidos de abismos de autodepreciação. O resultado seria uma espécie de montanha russa emocional bastante problemática, que se move vertiginosamente ao sabor de qualquer crítica ou elogio. “Mas, como essa aprovação está sempre ameaçada, elas podem contra-atacar com agressão quando são criticadas”, escreveu o professor de psicologia da Universidade de Clemson, Robert Campbell, no artigo “Is High Self-Steem Bad for You? (Alta auto-estima é ruim para você?).
De acordo com Campbell, a genuína auto-estima exige uma boa dose de realismo e coragem para lidar com sentimentos indesejados como dor, impotência, vergonha e medo. E esse, definitivamente, não seria o caso de uma pessoa extremamente narcisista, cuja confiança em si estaria sempre vulnerável à aprovação da imagem fictícia que essa pessoa faz dela. Quando essa imagem não é reconhecida, surgiriam então os distúrbios de personalidade em forma de transtornos alimentares (anorexia e bulimia, por exemplo) ou mesmo em inesperadas explosões de violência.


Honestidade, enfim
Talvez seja por isso que, além de coragem e realismo para lidar com emoções negativas, outro traço fundamental da auto-estima é o sentimento de que somos responsáveis por nossos pensamentos e ações, fazendo com que possamos distinguir, com independência, nossos sentimentos autênticos daqueles que são oriundos do julgamento dos outros.
Na prática, isso não significa, contudo, que devamos ser frios a ponto de ignorar a crítica alheia. Afinal, como lembra o neurocientista Dylan Evans, autor do livro Emotion: The Science of Sentiment (“Emoção: a ciência do sentimento”, sem tradução brasileira), se fôssemos apenas racionais como o Doutor Spock, do seriado Jornada nas Estrelas, provavelmente não teríamos evoluído como espécie. “Algum grau de tristeza e desconforto diante de uma avaliação negativa é fundamental para que possamos melhorar como ser humano”, diz o neurocientista. O problema é quando essa tristeza se transforma num monstro paralisante que faz com que venhamos a acreditar que não vale a pena expor nossas idéias, nossos sentimentos e, em alguns casos, sequer viver ­ nesse caso, é aconselhável buscar aconselhamento urgente de um psiquiatra, já que pensamentos suicidas podem ser tratados com a ajuda de antidepressivos.
No dia-a-dia, há quem acredite que existe, sim, um antídoto contra a perda de confiança em nós: honestidade. Quem nos dá um exemplo disso é o monge Tenzin Gyatso, o Dalai Lama, que, apesar de ser considerado um ícone da humildade, garante que não perde a confiança em si sequer quando frustra a expectativa de pessoas que esperam milagres. “O fato de eu perceber que não consigo realizar milagres não provoca uma falta de confiança porque, para começar, nunca acreditei que tivesse essa capacidade”, escreveu. “Quanto mais honestos, mais francos nós formos, menos medo vamos ter, porque não haverá nenhuma ansiedade quanto à possibilidade de sermos desmascarados ou expostos aos outros. Por isso, creio que, quanto mais honestos nós formos, mas autoconfiança teremos”, ensina, confiante.
Ou, como disse uma vez o escritor alemão Johann Wolfgang Goethe: “Um erro grave é tanto se julgar mais do que se é quanto se estimar menos do que se merece”.


Para saber mais
Livros:

• Teorias da Personalidade - Da Teoria Clássica à Pesquisa Moderna, Howard S. Friedman e Miriam W. Shustack, Pearson Prentice Hall
• Emotion: The Science of Sentiment, Dylan Evans, Oxford
• Desejo de Status, Alain de Botton, Rocco

Felicidade é uma viagem, não um destino

Felicidade é uma viagem, não um destino. Por isso...
  1. Trabalhe como se você não precisasse de dinheiro.
  2. Ame como se você nunca tivesse se machucado.
  3. Auxilie como se fosse rotina.
  4. Não coma e beba como se fosse a última vez.
  5. Brinque como se fosse criança.
  6. Perdoe como gostaria que fosse perdoado.
  7. E dance como se ninguém estivesse olhando!

    Nós nos convencemos de que a vida ficará melhor algum dia, quando nos casarmos, quando tivermos um filho e, depois, outro. Então, ficamos frustrados, porque nossos filhos não tem idade suficiente e seria muito melhor se tivessem.
    Depois, nos frustramos porque temos filhos adolescentes e temos de lidar com eles. Certamente seremos mais felizes quando nossos filhos tiverem ultrapassado essa fase. Dizemos que nossa vida só será completa quando nosso cônjuge conseguir o que busca, quando tivermos comprado um carro melhor, ou tivermos condições de fazer uma viagem longa, quando tivermos aposentados.
    A verdade é que não há melhor época para ser feliz do que agora mesmo!Se não, quando? Sua vida será sempre cheia de desafios. Melhor admitir isto para você mesmo e decidir ser feliz de qualquer modo.
    Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho! Assim, aproveite todos os momentos que você tem. E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo... e lembre-se que o tempo não espera ninguém.
    Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade; até que você volte para a faculdade; até que você perca 5 quilos; até que você ganhe 5 quilos; até que você tenha tido filhos; até que seus filhos tenham saído de casa; até que você se case; até que você se divorcie; até sexta a noite; até segunda de manhã; até que você tenha comprado um carro ou uma casa novos; até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos; até o próximo verão, primavera, outono, inverno; até que você esteja aposentado; até que a sua musica toque. Decida que não há hora melhor para ser feliz do que AGORA MESMO...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Motivação ou automotivação?

Se buscarmos as origens e os significados mais profundos sobre a motivação, retroagiremos décadas e décadas e teremos dezenas de significados, conceitos e pontos de vista. Porém, todos direta ou indiretamente concluirão a mesma "essência" do que é motivação.
Mas não é o significado de motivação que será o escopo deste artigo e sim sua importância, seu envolvimento, sua influência positiva ou negativa em caso de ausência, junto à vida das pessoas.
Ouvimos com freqüência alguém falando que "não está motivado" em seu trabalho, "não está motivado" com seu casamento, namoro, curso, vida, que está desmotivado. Paralelamente a isso, busca uma alternativa para culpar, ou seja, apresentar uma justificativa para seu desinteresse por algo, como se não fosse uma decisão pessoal.
Ser "motivado a" realizar algo é ter algo que o leve a realizar, chame sua atenção, desperte seu interesse. Já ter AUTOMOTIVAÇÃO é se manter programado para buscar de maneira continuada aquilo que acredita, deseja e faz parte de seu ideal.
Ser "motivado a" fazer algo é ser dependente de um combustível que pode terminar a qualquer momento e será necessário buscar nova fonte de energia para esta motivação. É estar aberto a maiores frustrações por gerar expectativas sobre algo ou pessoas, diferente do que poderá acontecer e do que poderão realizar.
Quando uma pessoa é automotivada, passa a ver as situações de formas positivas, em vez de desenvolver expectativas cria possibilidades, em vez de utilizar o tempo justificando um novo problema, potencializa o tempo apresentando uma nova oportunidade, em vez de apontar culpados pelos fracassos demonstra interesse em treinar novos vencedores.
Ser automotivado é ir além. É não precisar viver sendo empurrado e incentivado. É lutar por tudo o que acredita, pelo desenvolvimento humano e pessoal, pelas realizações pessoais, pela conquista ética de seus objetivos. É ter a energia inesgotável em seu coração, em sua alma e utilizar a mesma para aquecer e gerar energia em todas as pessoas a sua volta, fazendo que todos vejam outros caminhos a se seguir.
Motivar é mover. Automotivar é avançar. Onde você se encontra? Movendo coisas ou avançando em busca de seus objetivos?

Prof. Wagner Campos

terça-feira, 16 de outubro de 2007

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E COMPETÊNCIA ESSENCIAL

Inteligência emocional é a capacidade de percepção de nossos sentimentos e, a partir dessa percepção, saber lidar com eles, dominando-os quando negativos, desenvolvendo-os quando positivos, de modo a se conquistar o equilíbrio emocional. Esse equilíbrio nos permite a motivação para uma vida mais harmonizada. A capacidade de autopercepção proporciona a percepção dos sentimentos dos outros e nos habilita a sermos competentes em nossos relacionamentos interpessoais.
Podemos dividir didaticamente a inteligência emocional em dois tipos: inteligência intrapessoal e inteligência interpessoal.
Inteligência intrapessoal
A inteligência intrapessoal refere-se às habilidades pertinentes à própria pessoa. É a base da inteligência emocional e é desenvolvida a partir de três condições básicas: autoconhecimento, autodomínio e automotivação. Neste livro daremos ênfase maior a esse tipo de inteligência, pelo fato de ele ser a base da inteligência interpessoal, e pelo fato de a maioria das pessoas ter uma grande dificuldade em desenvolvê-la. Numa próxima obra estaremos desenvolvendo a inteligência interpessoal de forma mais abrangente.
Vejamos as características gerais de cada condição da inteligência intrapessoal:
O autoconhecimento nada mais é do que o antigo axioma ensinado pelos mais antigos filósofos como Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo". Significa ter consciência de si mesmo, percepção dos próprios sentimentos, conhecer o sentido da própria vida. Fazer uma avaliação realista e otimista das próprias capacidades de modo a desenvolver o auto-encontro gerador da auto-estima e da autoconfiança.
O autodomínio é resultado do autoconhecimento. A partir da autopercepção, podemos ter o domínio dos nossos sentimentos; lidar com as próprias emoções transmutando aquelas que são inadequadas, ao invés de reprimi-las, substituindo-as por emoções condizentes com uma postura proativa diante da vida. Significa desenvolver equilíbrio emocional para poder ter uma vida mais harmonizada e feliz.
Automotivação significa estar motivado para a vida. Também é resultado do autoconhecimento, que gera a percepção do verdadeiro sentido da vida. Quando percebemos a vida em seu sentido verdadeiro, utilizamos os sentimentos de entusiasmo, perseverança e esforço continuado para conquistar os nossos objetivos, de uma forma bem direcionada e segura.
Inteligência interpessoal
A inteligência interpessoal refere-se às habilidades de relacionamento com outras pessoas. Como vimos acima, tem como base a inteligência intrapessoal, sendo uma conseqüência natural dela. Quando temos bem desenvolvidos o autoconhecimento, o autodomínio e a automotivação, relacionamo-nos bem com as demais pessoas, pois essa habilidade é fruto do bom relacionamento com nós mesmos. Tem como características duas condições básicas: empatia e aptidões sociais.
A empatia é o movimento da solidariedade, que significa sentir com os outros, ter compaixão e compreender os sentimentos dos outros.
Aptidões sociais significa lidar bem com as emoções nos relacionamentos; interagir com facilidade; utilizar essas habilidades para liderar, solucionar conflitos, estabelecer vínculos de cooperação e trabalho em equipe. Saber conviver com as pessoas de forma tranqüila, vendo a vida de forma proativa.
Em nossa metodologia, utilizamos o termo competência essencial ao invés de competência emocional, pois percebemos que, de fato, dentro de uma abordagem psicológica transpessoal, o termo essencial é mais apropriado conforme veremos a seguir. Competência essencial é a capacidade de agirmos inteligentemente de forma proativa, utilizando o autoconhecimento, autodomínio e automotivação, de modo a estabelecer um sentido profundo para a vida, num movimento de auto-amor e, a partir desse movimento, nos relacionarmos bem com os outros, através do alo-amor. É fruto do amor essencial, que nos leva a amar a nós mesmos e aos outros como a nós mesmos.

Dr. Alírio de Cerqueira Filho

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Pensando Bem...

Como organizar nossos pensamentos
Por Eugenio Mussak

O que diferencia os homens dos animais é o pensamento. Que diferencia os homens entre si é a qualidade desse pensamento. E, para melhorar essa qualidade, inventamos a educação, a psicologia, a literatura, a poesia. Sim, temos essas ferramentas para melhorar nossa faculdade de pensar, mas, por outro lado, algo nos atrapalha: os excessos. As mídias variadas que disputam nosso interesse, as notícias frescas e requentadas que se acumulam em nosso buffer mental esperando a análise mais cuidadosa que nunca virá e as informações de múltiplas faces que esperam ser analisadas e absorvidas, têm o poder de provocar o curto-circuito que quase nos transforma em paralíticos mentais, claudicantes nos pensamentos, vacilantes nas respostas e inseguros nas decisões. Nessas horas de exageros, o certo é tirar o pé do acelerador mental, raspar os excesso e focar. Os cientistas chamam essa prática de isolar e pinçar. Isolamos o assunto que nos interessa e o pinçamos do meio poluído, então conseguimos vê-lo com mais clareza. A isso chamamos de pensar bem. Quando, no meio de uma confusão, alguém semicerra os olhos, olha para baixo em um pequeno ângulo e diz “pensando bem...”, acredite, ele isolou o assunto que o interessa e se livrou dos excessos. Nesse momento, sua capacidade de análise aumentou consideravelmente e é bom escutar o que ele tem a dizer.Pensar é fácil, comum e rotineiro. Pensar é biológico. Pensar bem exige consciência, serenidade, preparo. Pensar bem é mental. Todo mundo pensa, nem todos pensam bem. Pensar bem é vestir o escafandro do interesse e ir fundo em uma questão que até então era tratada superficialmente. E quando mergulhamos vemos outro mundo. Um mergulho na realidadeA metáfora do mergulho é apropriada neste caso. Lembro-me que quando me deixei, pela primeira vez, engolir pelo mar, após freqüentar o curso de mergulho autônomo. Senti que estava entrando um novo mundo, uma dimensão diferente, fascinante, com uma lógica própria e até então desconhecida para mim. Ao voltar para o barco, o instrutor quis conhecer meu sentimento, e eu lhe disse: “quando vi aquele mundo lá em baixo, tive a impressão que estive com os olhos fechados até então”. Era o que eu estava sentindo, de verdade.Pensar bem é parecido com isso. É abrir os olhos para uma realidade que não enxergávamos direito porque não olhávamos só para ela. Muitas vezes teimamos em tentar entender a vida transformando nossa atenção em um calidoscópio cujas peças formam imagens diferentes a cada instante e não temos à nossa frente uma realidade, temos várias, e não sabemos qual escolher. Nessa hora, pense bem.A Razão e a SandiceQue Machado de Assis foi um gênio ninguém duvida. Com sua obra colocou a literatura brasileira em um novo patamar. Em 1881 publicou Memórias póstumas de Brás Cubas. O personagem central é um homem comum que estudou direito em Coimbra, teve um cargo público, tentou ser ministro sem sucesso, investiu tempo e dinheiro na criação de um emplasto que não deu certo, nunca se casou, não teve filhos e morreu angustiado. Brás Cubas tinha um amigo chamado Quincas Borba, uma namorada chamada Eugênia e uma amante chamada Virgília, morreu aos 64 anos e só entendeu a vida depois da morte. Foi quando ele parou para pensar bem. Com Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis inaugurou o Realismo Psicológico. O foco central desse romance não é a vida da sociedade, a descrição da cidade, das paisagens ou das pessoas. Não interessa quem são os personagens e sim a forma como eles sentem e como se relacionam com suas circunstâncias. O foco de Machado de Assis, nesse livro, é o interior das pessoas, seus dilemas existenciais, suas contradições emocionais. Não interessa o fato mundano, e sim a vida interior, a alma humana. A marca registrada desse enredo, é que ele é contado por um defunto. Brás Cubas dedica a obra ao primeiro verme que comeu sua carne. Em um dos capítulos o defunto autor (e não autor defunto, esclarece) cria dois personagens antagônicos que, segundo ele, costumam nos transformar em suas moradas: a Razão e a Sandice. Só depois de morto Cubas consegue dar força à Razão para que esta expulse a Sandice de casa. Disse a Razão à Sandice, quando esta lhe pede apenas um espaço no sótão da casa (um cantinho em nossa consciência):- Estou cansada de lhe ceder sótãos, cansada e experimentada. O que você quer é passar mansamente do sótão à sala de jantar, daí à de visitas e ao lesto. - Está bem, mas deixe-me ficar um tempo mais, estou na pista de um mistério...- Que mistério?- O da vida e da morte. Peço-lhe só uns dez minutinhos. A razão pôs-se a rir.- Hás de ser sempre a mesma cousa... sempre a mesma cousa... sempre a mesma cousa... E dizendo isto, travou-lhe dos pulsos e arrastou-a para fora; depois entrou e fechou-se. A Sandice ainda gemeu algumas súplicas, grunhiu algumas zangas; mas desenganou-se depressa, deitou a língua de fora, em ar de surriada, e foi andando...Dentro de Brás Cubas, a Razão já tinha cedido espaço à Sandice outras vezes. Desta vez, foi como se ela tivesse dito: “Pensando bem, chega de lhe dar guarida. Pensando bem, estou cansada de você. Pensando bem, nossa relação termina aqui”. Pensando bem...O mundo moderno valoriza as pessoas que pensam melhor. A lógica aplicada à tomada de decisões, a velocidade do raciocínio para resolver problemas intrincados e uma memória capaz de recuperar fatos e nomes com rapidez são qualidades admiradas e até cultuadas. As emoções são importantes, desde que estejam sob controle do pensamento – a famosa inteligência emocional. “A vida é uma comédia para os que pensam, e uma tragédia para os que sentem”, disse o escritor inglês Horace Walpole. Será?Será que pensar bem significa que a razão deve escravizar a emoção, o pensamento acorrentar o sentimento? Não, não se trata de uma disputa entre a razão e a emoção e sim entre a razão e a não razão, que Machado chamou de Sandice. Eu prefiro Machado de Assis.Pensar bem quer dizer organizar o pensamento. Não significa apenas pensar e não sentir. Até porque o sentimento é o gatilho do pensamento. Pensamos nossa vida prática porque sentimos nossa vida interior, pensamos a engenharia porque ela facilita a vida e sentimos a poesia porque ela justifica a vida, pensamos a agenda para evitar a ira do tempo e apenas sentir as suas benesses. Pensar bem significa ampliar a consciência e a capacidade de análise. Significa aprofundar a visão, como o mergulhador que parecia estar de olhos fechados até então. Significa aumentar o interesse pelos sinais da vida, usando uma lupa para concentrar a energia e acender o fogo do conhecimento. Significa perceber que as ciências, as artes, as filosofias, são companheiras interdependentes que, só em equipe, conseguem, de fato, dar clareza ao mundo.Pare um pouco, apeie do bonde do motorneiro louco contratado pela mídia que define o sucesso, e pense bem. Pense nos valores reais, na amizade, na verdade, na justiça. Pense no trabalho porque ele dá dignidade e alegria, além de pagamento. Pense na felicidade construída pela razão a pedido da emoção. Pense na finitude da existência e na infinitude da vida. Pense nos sentimentos daqueles que você ama, e que amam você. Pense no amor. Pense bem...

Texto publicado sob licença da revista Vida Simples, Editora Abril.Todos os direitos reservados.
Visite o site da revista: www.revistavidasimples.com.br

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Peneiras

Quando começar a pensar ou a falar nos defeitos ou insucessos de alguém, busquemos passar pelas três peneiras que esta estória (que se teria passado com Sócrates) nos ensina:
...Certa feita um homem esbaforido aproximou-se do filósofo e disse-lhe:
- Escute, Sócrates... Na condição de seu amigo, tenho uma coisa muito grave para dizer-lhe a respeito de um conhecido nosso.
- Espere!... - disse o sábio prudente. Já passou o que me vai dizer pelas três peneiras?
- Três peneiras? - perguntou o visitante, espantado.
- Sim, meu amigo, três peneiras. Observemos se sua confidência passou por elas. A primeira, é a peneira da verdade. Você tem absoluta certeza, quanto àquilo que pretende comunicar?
- Bem, - ponderou o interlocutor, - assegurar mesmo, não posso... mas ouvi dizer e... então...
- Portanto não passou pela primeira peneira. Decerto então passou o assunto pela segunda peneira, a da bondade. Ainda que não seja real o que julga saber, será pelo menos bom o que quer me comunicar?
Hesitando, o homem replicou:
- Isso não... Muito pelo contrário...
- Ah! - tornou o sábio - então recorramos à terceira peneira, a da utilidade, e notemos o proveito do que tanto o aflige.
- Útil?!... Disse o visitante muito agitado. - Útil não é...
- Bem - rematou o filósofo num sorriso, - se o que você tem a confiar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não se preocupe com ele, já que nada constrói de positivo para nós!...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM A SUA VIDA?

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM A SUA VIDA?
Passagens selecionadas sobre as grandes questões que nos afligem - Krishnamurti para Jovens -->Autor: J. Krishnamurti


"Tudo o que você é, o que pensa, o que sente, o que faz em sua vida diária, é irradiado ao seu redor, e é disso que o mundo é constituído. O que você é, o mundo é. Transforme-se e transformará o mundo".
"Por que ficamos com raiva? Por que nos magoamos com algo indelicado que alguém disse. Por que nos magoamos? Por presunção. Porque temos uma idéia, uma imagem do que somos, do que deveríamos ser, do que não deveríamos ser. O que desperta a raiva é o ataque ao nosso ideal, à idéia que fazemos de nós mesmos. Mas, quando observamos aquilo que de fato somos, ninguém pode nos ferir".
"Você se torna aquilo que combate. Se estou irado, e você me enfrenta com raiva, qual é o resultado? Mais raiva. Você se torna aquilo que eu sou. Se sou mau, e você me combate com maldade, também se torna mau, por mais que pense estar certo. Se sou brutal, e você usa meios brutais para me vencer, torna-se tão brutal quanto eu. E é isso o que temos feito por milhares de anos."
"Solidão é depressão, estar sozinho é alegria".
"O relacionamento é o espelho no qual descobrimos a nós mesmos. Sem relacionamento, não existimos. Existir é relacionar-se".
"Só pode ser apaixonada a mente que está aprendendo. Usamos aqui a palavra "paixão" não no sentido de um prazer intenso, mas daquele estado da mente que está aprendendo e, portanto, sempre em movimento, interessada, viva, vigorosa, jovem, ou seja, apaixonada. São poucos os apaixonados. Temos prazeres sensuais, mas o senso de paixão a maioria de nós não tem. Sem paixão, no sentido amplo da palavra, como podemos aprender, descobrir coisas novas, pesquisar, seguir o movimento da investigação?"
"Não compreendemos a vida, o presente, então olhamos para o futuro, para a morte. O presente é eterno. O infinito não é conhecido através do tempo. O agora existe sempre. Mesmo que fujamos para o futuro, o agora está sempre presente."
"Medo da morte é medo de desistir daquilo que conhecemos."
Nascido em uma pequena aldeia da Índia, Jiddu Krishnamurti (1895-1986) tornou-se um dos maiores mestres espirituais do século XX. Livre pensador - jamais deixou-se seduzir por qualquer crença, guru ou filosofia -, escreveu dezenas de livros, muitos deles publicados no Brasil.

sábado, 23 de junho de 2007

Solidão e Liberdade

O que é solidão?

"O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) afirma em 'Ser e Tempo' que estar só é a condição original de todo ser humano. Que cada um de nós é só no mundo. É como se o nascimento fosse uma espécie de lançamento da pessoa à sua própria sorte. Podemos nos conformar com isso ou não. Mas nos distinguimos uns dos outros pela maneira como lidamos com a solidão e com o sentimento de liberdade ou de abandono que dela decorre, dependendo do modo como interpretamos a origem de nossa existência. A partir daí podemos construir dois estilos de vida diferentes: o autêntico e o inautêntico."
"O homem se torna autêntico quando aceita a solidão como o preço da sua própria liberdade. E se torna inautêntico quando interpreta a solidão como abandono, como uma espécie de desconsideração de Deus ou da vida em relação a ele. Desse modo não assume responsabilidade sobre as suas escolhas. Não aceita correr riscos para atingir seus objetivos, nem se sente responsável por sua existência, passando a buscar amparo e segurança nos outros. Com isso abre mão de sua própria existência, tornando-se um estranho para si mesmo, colocando-se a serviço dos outros e diluindo-se no impessoal. Permanece na vida sendo um coadjuvante em sua própria história. Você já pensou nisso?"
"Sendo autêntico você assume a responsabilidade por todas as suas escolhas existenciais, aceita correr os riscos que forem necessários para atingir os seus objetivos, e passa a encontrar amparo e segurança em si mesmo. Com isso, apropria-se da existência, torna-se indivíduo, torna-se autônomo, torna-se dono da sua própria vida, dono da própria existência, torna-se senhor de si mesmo. Você se percebe sendo o senhor de si mesmo?"
Angústia
"A angústia provocada pela solidão é o sentimento que muitas pessoas experimentam quando se conscientizam de estarem sós no mundo. É o mal-estar que o ser humano experimenta quando descobre a possibilidade da morte em sua vida, tanto a morte física quanto a morte de cada uma das possibilidades da existência, a morte de cada desejo, de cada vontade, de cada projeto."
"Cada vez que você se frustra, que você não se supera, que você não consegue realizar seus próprios objetivos, você sente angústia. É como se você estivesse morrendo um pouco."
"Muitas pessoas sentem dificuldade de estarem a sós consigo mesmas. Não conseguem viver intensamente a sua própria vida. Muitas vezes elas acreditam que o brilho e o encantamento da vida se encontram no outro e não nelas mesmas. Sua vida tem um encantamento, um brilho, algo de especial porque é sua, apenas sua. Independentemente do que você esteja fazendo, sua vida pode ser intensa, prazerosa, simplesmente pelo fato de ser sua e por você ser único. Cada um de nós pode ser uma pessoa especial para si mesmo."
Solidão: a Condição do Ser
"A solidão é a condição do ser humano no mundo. Todo ser humano está só. Esta é a grande questão da existência, mas não significa uma coisa negativa, nem que precise de uma solução definitiva. Ou seja, a solução não é acabar com a solidão, não é deixar de sentir angústia, suprimindo este sentimento. A solução não é encontrar uma pessoa para preencher o vazio existencial, não é encontrar um hobby ou uma atividade. A solução não é se matar de trabalhar e se concentrar nisso para não se sentir sozinho. Também não é encontrar uma estratégia para driblar a solidão. A solução é aceitar que se está só no mundo. Simplesmente isso. E sabendo-se só no mundo, viver a própria vida, respeitar a própria vontade, expressar os próprios sentimentos, buscar a realização dos próprios desejos. Quando se faz isso, a vida se enche de significado, de um brilho especial."
"O objetivo não é fingir que a solidão não existe, não é buscar a companhia dos outros, porque mesmo junto com os outros você está e sempre será solitário. O outro é muito importante para compartilhar, trocar. O outro é muito importante para a convivência, mas não para preencher a vida, não para dar sentido e significado à uma outra existência. A presença do outro nos ajuda, compartilhando, mostrando a parte dele, dando aquilo que não temos e recebendo aquilo que temos para dar, efetivando a troca. Mas o outro não é o elemento fundamental para saciar a angústia ou para minimizar a condição de solidão."
"Cada um de nós nasceu só, vive só e vai morrer só."
"A experiência de cada um de nós é única. O nascimento é uma experiência única, pois ninguém nasce pelo outro. Da mesma forma que a morte é uma experiência única, pois ninguém morre pelo outro. E a vida inteira, cada momento, cada segundo da existência, é uma experiência única pois ninguém vive pelo outro."


Psicólogo Jadir Lessa
Psicoterapeuta Existencial
Autor dos livros Solidão e Liberdade e A Construção do Poder Pessoal

domingo, 18 de março de 2007

Como se comporta o ego

Como se comporta o ego
Por Emilce Shrividya Starling

Nós nos identificamos com nosso ego, com nossa mente negativa. Isto nos impede de ver nossa verdadeira natureza que é o Ser interior, a luz divina dentro de nós.
O sentido da dualidade, a ignorância, o sofrimento existem devido a essa nossa identificação errada. Enquanto o ego negativo estiver vivo seremos criaturas limitadas e estaremos sofrendo.
Quando nosso orgulho é diminuído e nossa arrogância é esvaziada, nossas experiências de vida são boas e aprendemos com elas. Livres do ego, experimentamos os sentimentos de igualdade, compreensão e compaixão.
Quanto mais nos culpamos, nos diminuímos, nos achamos incompetentes, mais poder o ego tem sobre nós. O ego diferencia e compara. Ele luta e se opõe. Está sempre julgando e se medindo.
Talvez o ego não possa ser eliminado, porém pode ser purificado. Vivenciar a filosofia do yoga gradualmente nos liberta do ego.
O ego é diminuído através das práticas de meditação, autoquestionamento, autoconhecimento, contemplação dos ensinamentos, altruísmo, entrega ao Ser interior.
Aprenda a lidar com a sua mente para se libertar da tirania do ego. Não permita que o ego dirija sua vida como um diretor de um filme.
Quando sua mente está turbulenta, cheia de pensamentos, você experimenta inquietude, insatisfação, depressão, pânico. Você precisa compreender que é responsável pela sua dor e prazer.
Um dos mais poderosos padrões mentais do ego é pensar mal de si mesmo, é ter baixa auto-estima. A mente negativa pensa e duvida o tempo todo. Questiona, critica e julga o que fazemos, alimentando assim o ego. Somente controlando a mente podemos sair dessas armadilhas do ego.
O ego toma a forma de pensamentos negativos, de preocupação, de medos, de tristeza e faz parecer que a vida é ruim, sem graça, sem sentido.
Há muitas formas de escapismo. E algumas pessoas podem achar que não há nada neste mundo interessante de ser vivido, então se voltam para o vício de comer doces, vício do álcool, cigarro, drogas como uma forma de escapar deste nada.
Mas viveriam bem mais felizes e livres se não permitissem que suas mentes fossem influenciadas pelo negativismo, pelas limitações do mundo e do ambiente ao redor.
O ego gosta de tudo definido e categorizado. Não é flexível, não aceita nem gosta de mudanças. É inibido, rígido e autoritário. Deseja o poder e gosta de controlar as coisas.
Mas quem não gosta de mudanças é infeliz e ansioso porque tudo é impermanente. Ninguém pode controlar a vida.
Para dissolver a ansiedade e insegurança precisamos nos conectar com o Ser interior através do relaxamento e da meditação. Através dessas práticas do yoga, diminuímos a torrente de pensamentos e experimentamos o apaziguamento. Deslizamos para dentro e, neste espaço interior, entramos em conexão direta com a fonte de amor e confiança.
Nosso senso de humor é uma manifestação natural do Ser interior. Ele se manifesta externamente em uma gargalhada espontânea, no contentamento, na paciência, na humildade, na gratidão.
O lugar de começar a ver a perfeição é em nós mesmos. Precisamos aprender a nos valorizar. Criar o hábito de ver o lado positivo do que somos e fazemos. Precisamos fazer as pazes com nossa mente.
Pare de fazer o que lhe aborrece ou lhe causa problemas. Não tente agradar a todos. Agrade primeiro a si mesmo. Isto não é egoísmo. É amor e sabedoria.
Entenda que quando você fica preso na seriedade e na auto-importância você é empurrado para longe da fonte da felicidade. Permaneça contente, amável e, naturalmente você se aproximará do Ser interior.

domingo, 11 de março de 2007

Três atitudes importantes para a prática do domínio da mente

Três atitudes para você dominar sua mente
Por Emilce Shrividya

Você tem se esforçado para ser positivo e alegre?
Você tem se lembrado de se amar e de cultivar pensamentos bons e positivos?

Se você se esforçar sinceramente, perceberá que se tornará mais fácil.Tudo se torna mais fácil com a prática. Se você persistir em seus esforços para permanecer positivo e alegre, você desenvolverá muito poder e força e, sua recompensa será sua própria felicidade e a paz da mente.
Quando você disciplina sua mente para ver o lado bom nas coisas, para naturalmente ver o melhor nas pessoas e em você mesmo, você sintoniza-se com o poder que governa todo este universo.Você conquista uma mente amável, tranqüila, mais silenciosa, com autodomínio e confiança.

Três atitudes importantes para a prática do domínio da mente:
1. Substituir imediatamente pensamentos negativos por pensamentos positivos
É importante a qualidade dos pensamentos mantidos na mente. Experimentaremos condições e experiências correspondentes à nossa atitude mental predominante e aos nossos pensamentos habituais. Um pensamento negativo nos conduzirá a uma experiência desagradável, enquanto que pensamentos positivos nos conduzirão a experiências agradáveis.
Como o pensamento é criativo, o que quer que acreditemos ser verdade na mente será manifestado ou criado. Por essa razão, uma pessoa que habitualmente e persistentemente pensa negativamente, precisa tornar seus pensamentos positivos. Ela precisa pensar no que faz bem e recusar a pensar, sobretudo, o que lhe faz mal.
Se um pensamento negativo surge, precisamos substituí-lo imediatamente por um pensamento positivo ou por um mantra.
Muitas pessoas não têm idéia do que fazer com seus pensamentos negativos, e assim eles permanecem na mente. O segredo é substitui-los.

2. Reduzir os pensamentos
De vez em quando podemos lembrar disso: observar a mente e perceber que o que estamos pensando é totalmente desnecessário. Podemos simplesmente afastar este pensamento desnecessário. Não alimentá-lo e fazer disto um hábito. Ao reduzir os pensamentos vamos aquietando a mente.
Geralmente não observamos a mente para ver o que ela está fazendo, para ver se está se comportando bem ou mal, para ver se está criando alguma coisa ruim e tola. E colhemos o fruto desses pensamentos e depois ficamos a imaginar: "Por que eu mereci isto? Eu não fiz nada para ninguém". "Estou deprimido. Por que estou assim?" Não compreendemos que tudo surgiu da mente não controlada.
A vigilância melhora a qualidade de nossos pensamentos. A mente não pensa coisas ruins se está sendo observada. Ela se sente embaraçada quando é "pega" pensando alguma coisa estúpida. Assim se você realmente faz um esforço para observar a mente e ver o que ela está fazendo, ela tenderá a se comportar bem. Ela age pior quando sabe que não estamos dando atenção para o que ela está fazendo.
Quando a pessoa, constantemente, observa a mente, ela se torna calma e quieta.

3. Manter a mente equilibrada e estável
Freqüentemente, a mente está muito instável. Quase todas as influências externas podem tirar a mente do equilíbrio e nos fazer pensar o que realmente não queremos pensar.
Não podemos estabilizar a mente da noite para o dia porque ela ficou muitos anos fazendo o que bem entende. Mas a mente se torna estável através da prática da hatha yoga, da concentração, da meditação, da prática constante, da vigilância sobre nossos pensamentos.
Devido à mente, muitas pessoas consideram a vida uma luta. Geralmente, não acham que a vida possa ser fácil e feliz. Não importa o que uma pessoa adquiriu ou possui, seus próprios pensamentos podem lhe fazer sentir-se infeliz.
Muitas pessoas pensam: "Se eu pelo menos tivesse aquilo, eu seria feliz..." E então, elas conseguem aquilo, mas nada fica melhor, porque a condição da mente permanece a mesma. A única coisa que pode ser melhorada é a mente.
Depende de nós o que permitimos que a mente pense. É nossa vontade, nosso livre-arbítrio. Se não controlamos a mente, não há nada que possamos controlar.
Todos nós temos procurado muito pela alegria, felicidade e contentamento. Temos tentado muitas coisas. Temos adquirido dinheiro, posses e segurança, participado de muitos eventos sociais, viagens e relacionamentos.
Todavia, a verdadeira alegria vem para uma pessoa quando ela se torna livre da carga de sua própria mente. Esta libertação é uma realização gradual. Ela paulatinamente vai afastando os pensamentos e sentimentos negativos e estabelecerá um ânimo positivo, mais saúde física e emocional.
Pensamento molda o destino
Compreenda que cada pensamento molda seu destino. Através do controle de seus pensamentos você controla seu destino. Pode mudar sua atitude perante os acontecimentos. Pode mudar os efeitos do seu karma. Pode parar de sofrer e se tornar mais contente.
Não se prenda a fatalismo, dizendo que tudo é karma, que é seu destino, que não adianta se esforçar. Isto é uma incompreensão das leis do pensamento. Você criou seu próprio destino pelos seus pensamentos e pelas suas ações.
Você quer ser mais próspero, saudável, tranqüilo e cheio de entusiasmo? Você quer ajudar os outros? Você aspira experimentar a paz do Ser interior?
Então se deseja alguma dessas coisas, você precisa disciplinar sua mente e escolher pensar positivamente. Pensando, desejando e agindo corretamente poderá se tornar mais feliz.
Crie o hábito de ser mais alegre
Descubra a alegria nos momentos simples, como ver o pôr-do-sol; caminhar e sentir a beleza da praia; de um parque; das folhas das árvores e flores. Agradeça o dom da visão e sinta como isto alegra você e lhe conecta com a natureza ao seu redor. Perceba o sentimento de alegria que vem de ter terminado uma tarefa, de encontrar um amigo.
Reconheça alegria em sua vida cotidiana e compartilhe isto com os outros, em seus pensamentos, palavras e ações. Perceba os benefícios para você e para os outros quando você propaga bom humor e alegria ao seu redor.
Entenda que para sentir alegria interior no planeta Terra você precisa se esforçar. Ela não surge por acaso. Ela é fruto do autocontrole, de uma atitude positiva, do sentimento de gratidão, do correto dever, do entusiasmo, de se encantar com as pequenas coisas da vida, de estar presente no momento presente, de desfrutar sua vida.
Lembre-se de cultivar a alegria. Permita-se alegrar sua vida.
Fique em paz!
Referências bibliográficas:Tesouros Interiores- Swami Chidvilasananda- Ed. Siddha Yoga Dham Brasil.O poder do pensamento pela Ioga - Swami Sivananda- Ed. Pensamento.

domingo, 4 de março de 2007

Preceitos para viver bem

Continuação da postagem anterior
Duas dúzias de preceitos para viver bem



11. Seja simples - Retire da sua vida tudo o que lhe dá trabalho e preocupação desnecessários. 12. Não imite o modelo masculino do sucesso - Os homens fizeram sucesso à custa de solidão e da restrição aos sentimentos. O preço tem sido alto: infartos e suicídios. Sem dúvida, temos mais a aprender com as mulheres do que elas conosco. Preserve a sensibilidade feminina - é mais natural e mais criativa.
13. Tenha um orientador - Viver sem é decidir na neblina, sabendo que o resultado só será conhecido, quando pouco resta a fazer. Procure alguém de confiança, de preferência mais experiente e mais bem sucedido, para lhe orientar nas decisões, caso precise. 14. Jogue fora o vício da preocupação - Viver tenso e estressado está virando moda. Parece que ser competente e estar de bem com a vida são coisas incompatíveis. Bobagem... Defina suas metas, conquiste-as e deixe as neuras para quem gosta delas.
15. O amor é um jogo cooperativo - Se vocês estão juntos é para jogar no mesmo time.
16. Tenha amigos vencedores - Aproxime-se de pessoas com alegria de viver.
17. Diga adeus a quem não o(a) merece - Alimentar relacionamentos, que só trazem sofrimento é masoquismo, é atrapalhar sua vida. Se você estiver com um marido/mulher que não esteja compartilhando, empreste, venda, alugue, doe... e deixe o espaço livre para um novo amor.
18. Resolva! - A mulher/homem do milênio vai limpar de sua vida as situações e os problemas desnecessários.
19. Aceite o ritmo do amor - Assim como ninguém vai empolgadíssimo todos os dias para o trabalho, ninguém está sempre no auge da paixão. Cobrar de si e do outro, viver nas nuvens, é o começo de muita frustração.
20. Celebre as vitórias - Compartilhe o sucesso, mesmo as pequenas conquistas, com pessoas queridas. Grite, chore, encha-se de energia para os desafios seguintes. 21. Perdoe! - Se você quer continuar com uma pessoa, enterre o passado para viver feliz. Todo mundo erra, a gente também.
22. Arrisque! - O amor não é para os covardes. Quem fica em casa à noite sozinho, só terá que decidir que pizza pedir. E o único risco será o de engordar.
23. Tenha uma vida espiritual - Conversar com Deus é o máximo, especialmente para agradecer. Reze antes de dormir. Faz bem ao sono e à alma. Oração e meditação são fontes de inspiração. 24. Muita paz - Aprender a olhar para as pequenas coisas, como o voar de um pássaro verde. Não precisa necessariamente ser branca, a ave da paz.

Preceitos para viver bem

Duas dúzias de preceitos para viver bem
Roberto Shinyashiki


01. Seja ético - A vitória que vale a pena é a que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos. Pisar nos outros para subir desperta o desejo de vingança..
02. Estude sempre e muito - A glória pertence a aqueles que têm um trabalho especial para oferecer.
03. Acredite sempre no amor - Não fomos feitos para a solidão. Se você está sofrendo por amor, está com a pessoa errada ou amando de uma forma ruim para você.. Caso tenha se separado, curta a dor, mas se abra para outro amor.
04. Seja grato(a) a quem participa de suas conquistas. O verdadeiro campeão sabe que as vitórias são alimentadas pelo trabalho em equipe. Agradecer é a melhor maneira de deixar os outros motivados.
05. Eleve suas expectativas - Pessoas com sonhos grandes obtêm energia para crescer. Os perdedores dizem: "isso não é para nós". Os vencedores pensam em como realizar seu objetivo. 06. Curta muito a sua companhia - Casamento dá certo para quem não é dependente.
07. Tenha metas claras - A História da Humanidade é cheia de vidas desperdiçadas: amores que não geram relações enriquecedoras, talentos que não levam carreiras ao sucesso, etc. Ter objetivos evita desperdícios de tempo, energia e dinheiro.
08. Cuide bem do seu corpo - Alimentação, sono e exercício são fundamentais para uma vida saudável. Seu corpo é seu templo. Gostar da gente deixa as portas abertas para os outros gostarem também.
09. Declare o seu amor - Cada vez mais devemos exercer nosso direito de buscar o que queremos (sobretudo no amor). Mas atenção: elegância e bom senso são fundamentais.
10. Amplie os seus relacionamentos profissionais - Os amigos são a melhor referência em crises e a melhor fonte de oportunidades na expansão. Ter bons contatos é essencial em momentos decisivos.

Faltam 12. Colocarei depois no blog.
Bjim